Dando continuidade ao nosso projeto no dia 26 de abril estivemos na sede da Junta de Freguesia da Horta das Figueiras e no dia 27 de abril na Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos da Malagueira.
Nos dois encontros os séniores transmitiram oralmente aos mais jovens relatos das suas experiências de vida no Portugal antes e pós 25 de abril de 1974. Como era a vida no nosso país: o trabalho; a família; o namoro; os divertimentos; a falta de liberdade; o papel submisso da mulher, a escola e os castigos corporais que ai eram infligidos a crianças que percorriam quilómetros a pé para poder aprender a ler e a escrever.
Os nossos alunos ouviram atentamente, colocaram questões e no final ofereceram poemas a todos os presentes.
No dia 16 de maio estivemos na sede da Associação de Solidariedade Social dos Professores. Desta vez cada um dos presentes tinha escolhido um livro que marcou a sua vida. Foi um momento de partilha em que os jovens deram a conhecer obras recentes de autores atuais enquanto os adultos falaram de clássicos que deixaram marcas em várias gerações e houve até quem produzisse um texto original para nos presentear. A conversa foi entusiasmada e todos saíram engrandecidos e desejosos de um próximo encontro.
As atividades de leitura realizadas no âmbito do projeto Ler+jovem proporcionaram aos alunos, num primeiro momento, um mais amplo contacto e alargamento de pesquisa de textos de autores portugueses. Estes leram, para seleção, diversos contos de diferentes autores, até chegarem a uma escolha final. Dessas primeiras leituras resultou, também, um trabalho de aperfeiçoamento no modo de expressão do texto, com recurso à leitura expressiva, dramatização ou simplesmente a uma aproximação à transmissão oral.
A partir da leitura da obra de Alves Redol, os alunos desenvolveram outros saberes paralelos como a relação com o contexto histórico da obra - anos 40 - no nosso país, o conhecimento das condições de vida de homens e mulheres desse tempo e, ainda, do ponto de vista literário, o contacto com o movimento neorrealista e a sua visão estética da sociedade.
O mesmo aconteceu com a atividade “Da tua boca ao meu ouvido” cujos relatos transportaram os alunos ao contexto político-social do Estado Novo, aos modos e perspetivas de vida, numa troca intergeracional extremamente interessante. Estes relatos viriam a ser transcritos, por alguns alunos, e incluídos nos trabalhados escolares, no âmbito da disciplina de Literatura Portuguesa.
Em “Leituras para a vida”, atividade realizada em parceria com a Associação de Solidariedade Social dos Professores (Évora), para além da diversidade de textos de autores portugueses e estrangeiros, foi curiosa a aproximação dos livros à linguagem do cinema, falando-se da importância desta arte, a par da leitura.
Para além de todas as leituras, saliente-se a enorme riqueza que é aproximar gerações distintas com tudo o que de enriquecedor elas transportam, estimulando o convívio e o diálogo em presença, num tempo de distância e de contactos virtuais.
No próximo ano letivo vamos dar continuidade a este projeto e receber na ESAG todos os parceiros que este ano nos acolheram nas suas instituições.
Obrigada a todos e boas férias.
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