Clube de Leitura: Leitores de Segunda
13 de janeiro de 2025
Os leitores voltaram a estar
juntos para falar de livros. O Lourenço, que terminou no passado ano letivo o
ensino secundário e já está na universidade, voltou para nos falar das suas (muitas)
leituras.
Como não poderia deixar de ser
leu sobretudo livros relacionadas com o seu curso, por isso nos falou das obras:
“A Cigarra Filosófica. A vida é um jogo?” de Bernard Suits, “um livro sobre a natureza dos jogos e sobre o próprio sentido da vida, mas que permite estabelecer um óbvio paralelismo com o conceito de arte que muitos consideram indefinível. Simon Blackburn, da Universidade de Cambridge, disse sobre este livro: «Este livro único deixou-me intelectualmente maravilhado. É um deslumbrante festim literário. Bernard Suits torna a filosofia agradável, como ela deve ser, e fá-lo sem comprometer de forma alguma a verdadeira profundidade. Discute não só Wittgenstein, mas a própria vida humana ao mais alto nível, num livro que desafia as ortodoxias filosóficas, ao mesmo tempo que flui como mel.»”
“Tratado Sobre a Tolerância”,
de Voltaire, um livro de 1763 que aborda a questão da intolerância religiosa e
que defende a “ideia de tolerância como combate continuado, como conquista
infindável, como prática de transformação de nós mesmos.”
“O que é a Filosofia?”, de
António de Castro Caeiro, uma pergunta que o autor faz a alguns protagonistas para
afirmar que a filosofia é uma atividade que procura descobrir a verdade sobre
«as coisas», «o mundo», os «outros», o «eu».
“Apologia de Sócrates”, de
Platão, que fala do processo contra o filosofo em 399 a. C., “acusando-o de
impiedade: não prestaria culto aos deuses da cidade e introduzia nela estranhas
divindades, alheias à tradição. A segunda acusação era a de que, por lhe
ensinar estas novas crenças, Sócrates corrompia a juventude. Os acusadores
pediam a sua morte. A defesa de Sócrates, o seu discurso, é a matéria deste
livro. Um homem enche a tarde de Atenas com as suas palavras. Condenam-no à
morte e ele bebe, sereno, uma taça de cicuta: com este estranho ritual, com
estes gestos, se estabeleceu o começo da forma de pensar e argumentar a que
chamamos filosofia. Não podia ter havido começo mais poético nem mais trágico”.
Ainda leu outras biografias de filósofos
como Aristóteles, Locke ou Voltaire.
Mas o Lourenço também leu:
“Fahrenheit 451”, de Ray
Bradbury, uma distopia onde Guy Montag é um bombeiro cujo “emprego consiste em
destruir livros proibidos e as casas onde esses livros estão escondidos. Ele
nunca questiona a destruição causada, e no final do dia regressa para a sua
vida apática com a esposa, Mildred, que passa o dia imersa na sua televisão. Um
dia, Montag conhece a sua excêntrica vizinha Clarisse e é como se um sopro de
vida o despertasse para o mundo. Ela apresenta-o a um passado onde as pessoas
viviam sem medo e dá-lhe a conhecer ideias expressas em livros. Quando conhece
um professor que lhe fala de um futuro em que as pessoas podem pensar, Montag
apercebe-se subitamente do caminho de dissensão que tem de seguir.”
“Não Saí da Minha Noite”, de
Annie Ernaux, um livro sobre a doença de Alzheimer.
“O Futuro Recordado”, de
Irene Vallejo, que reúne 118 textos da autora sobre as mais diversas questões
do nosso quotidiano.
“Cadernos do Subterrâneo”,
de Fiódor Dostoiévski, um livro em duas partes: “a primeira é um longo e
violento monólogo, em que o protagonista humilhado se humilha ainda mais, até à
degradação; a segunda coloca o herói em ação, ilustrando o confronto do seu ego
fragilizado com as franjas da sociedade que vai encontrando”.
A Ana falou-nos das suas leituras,
atualmente “Cartas de Amor de Fernando Pessoa” onde encontramos um outro
Pessoa, homem comum e banal, mas também um homem consciente de uma escrita ridícula
e que o pode ridicularizar. Um homem apaixonado!
Ainda se falou sobre “Os Cem Anos
de Solidão”, de Gabriel García Marques, e de “A Confissão da Leoa”,
de Mia Couto.
Muitas e boas sugestões para ler
até ao próximo encontro em fevereiro.
Boas Leituras!
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