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Nas estantes da Biblioteca

Baudelaire - As flores do mal

Porque falamos de romantismo retiramos da estante da nossa biblioteca esta obra, um conjunto de 100 poemas, publicada pela primeira vez em 1857. O autor foi considerado um dandy e um flâneur, a obra foi considerada imoral e confiscada. Em 1861 publica uma segunda edição que inclui mais 30 poemas. O autor, que sofria de sífilis, faleceu em 1867. A obra continua a desafiar preconceitos.

«As Flores do Mal não contêm poemas históricos nem lendas; nada que repouse sobre uma narrativa. Não vemos nelas tiradas filosóficas. A política não aparece, as descrições são raras e sempre significativas. Mas tudo nelas é encanto, música, sensualidade poderosa e abstrata… Luxo, forma e voluptuosidade.

Há nos melhores versos de Baudelaire uma combinação de carne e de espírito, uma mistura de solenidade, de calor e de amargura, de eternidade e de intimidade, uma raríssima aliança da vontade com a harmonia, que os distingue nitidamente dos versos românticos, como os distingue nitidamente dos versos parnasianos.» [Do Prefácio de Paul Valéry]


Charles Baudelaire – As flores do Mal. Lisboa: Relógio de Água, 2003

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